terça-feira, 29 de agosto de 2017

O MUNDO DURANTE A GUERRA FRIA


Introdução
A Guerra Fria foi um evento mundial que aconteceu no período pós-guerra e perdurou até o início dos anos 90. Nela, não havia batalhas entre as forças bélicas, nem ataques diretos; entretanto, o que aconteciam eram as famosas corridas, buscas pela hegemonia mundial e se deu entre os Estados Unidos e União Soviética, respectivamente, capitalismo e socialismo.
Como o mundo já havia passado o período da Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria tomou proporções distintas por causa do estrago causado pela Segunda Grande Guerra. Aconteceu, então, a corrida armamentista, que visava a construção de um grande arsenal bélico nuclear e foi um dos motivos centrais para o início do confronto indireto.

O inicio da guerra
A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear,  e um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em nosso planeta.  Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã
Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança a Doutrina Truman, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político.
A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou  a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.
Em conseqüência do temor soviético, criaram um plano econômico chamado de Conselho para Assistência Econômica Mútua – Comecon. O conselho visava a integração econômica dos adeptos do regime socialista. Como havia uma disputa entre as duas potências, pode-se considerar o Conselho como resposta ao Plano Marshall.
Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.
Alguns países não entraram nessa onda de conflitos, onde os Estados Unidos e a União Soviética disputavam a hegemonia mundial. Os países não alinhados tomavam uma posição neutra em relação aos conflitos dos dois grandes blocos econômicos. A América Latina, quase por completa, a África, o sul da Ásia e parte da Oceania faziam parte do Movimento Não Alinhado
Divisão da Alemanha
A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945. As tropas dos países do exército russo chegaram ao território alemão. O Exército Vermelho, como era conhecido, dominou a capital, Berlim e, conseqüentemente, a Alemanha se rendeu. O líder nazista, Adolf Hitler, suicidou-se após o acontecimento. A partir daí, os Estados Unidos, França, Reino Unido e a União Soviética, dividiam o território em regiões administrativas.
A Alemanha, agora dividida em quatro zonas, sofria um conflito. Visando a queda da inflação, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido fizeram uma aliança e criaram uma nova moeda, o Marco alemão. Porém, o chefe de estado da URSS e dono de uma das administrações alemãs, Josef Stalin, não aderiu ao movimento e bloqueou as fronteiras com seu Exército Vermelho. Dessa forma, o país se dividiu em Alemanha Ocidental (capitalista) e Alemanha Oriental (socialista).
A corrida armamentista e espacial

A disputa entre EUA e URSS não ocorria apenas no plano territorial, político e econômico mundial. O principal elemento em disputa era a hegemonia militar e tecnológica. Nesse sentido, os dois países envolveram-se em uma cega corrida para decidir qual das duas potências possuía maior quantidade de armamentos e tecnologias nucleares, bem como os melhores programas e conquistas espaciais.
No plano militar, os Estados Unidos, desde o final da Segunda Guerra Mundial, dominava a produção e o uso da bomba atômica, como as que provocaram a destruição das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Tempos depois, em 1949, a União Soviética também anunciava o seu domínio sobre a tecnologia nuclear.
No plano espacial, foi a União Soviética quem deu a largada. Em 1957, foi lançado pelos soviéticos o primeiro satélite espacial construído pelo homem, o Sputnik. No mesmo ano, entrou em órbita o Sputnik 2, que consistiu na primeira viagem ao espaço tripulada por um ser vivo (no caso, a famosa cachorra Laika). Para completar as façanhas, os socialistas também foram os primeiros a fotografar a superfície da Lua (em 1959) e os primeiros a enviarem um ser humano ao espaço, em 1961.
Dessa forma, no ano seguinte, 1962, os Estados Unidos conseguiram, finalmente, responder à altura com o primeiro voo espacial ao redor da Terra. Já em 1969, ocorreu a tão sonhada visita à Lua pelos Estados Unidos, na missão operada pelos tripulantes da Apolo 11.
Apesar de alguns acordos assinados, principalmente no plano militar, a corrida armamentista e espacial, segundo a maioria dos analistas, só conheceram o seu fim com a crise soviética e o fim da Guerra Fria, ao final de década de 1980 e início da década de 1990.
Envolvimentos Indiretos

Guerra da Coreia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Coreia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoísta ocorrida na China, a Coreia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do Sul manteve o sistema capitalista.
                      
Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. 

Fim da Guerra Fria e conseqüências
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanha são reunificadas.
No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.

Curiosidades
O nome Guerra Fria foi dado porque não houve um confronto direto entre Estados Unidos e União Soviética, as duas potências do período. O contrário, uma Guerra Quente e baseada em armas nucleares, teria final incerto.
 

Como uma guerra direta era inviável, as duas potências se envolveram em diversas guerras regionais. Nesse caso, Estados Unidos e URSS apoiavam lados opostos, fornecendo dinheiro e armamentos para o confronto.

Antes de ser assassinado, o presidente norte-americano John F. Kennedy viveu momentos tensos na Guerra Fria: a Crise dos Mísseis, em Cuba. Iniciada pela instalação de mísseis soviéticos na ilha, levou a um grave incidente diplomático. A tentativa fracassada de derrubar Fidel Castro do poder e a construção do muro de Berlim pelos soviéticos, no meio da noite, também aconteceram no governo de JFK.

Os Estados Unidos apoiaram uma série de ditaduras militares na América Latina. Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia foram algumas das nações que perderam a democracia por causa da luta entre norte-americanos e soviéticos.

Nesse mundo dividido entre capitalistas e comunistas, alguns escolheram a neutralidade. Eram os países não alinhados, formados, em sua maioria, por países em desenvolvimento. Índia, África do Sul e Egito foram alguns dos mais importantes. O primeiro encontro do Movimento dos não Alinhados foi a Conferência de Bandung, na Indonésia. A reunião foi realizada em 1955 e envolveu 29 países. 

Além da corrida armamentista, a Guerra Fria também causou uma corrida pelo Espaço. A partir de 1957, soviéticos e norte-americanos competiram por satélites, foguetes, missões espaciais e até pela Lua. O soviético Yuri Gagarin foi o primeiro homem no espaço, enquanto os Estados Unidos mandaram os primeiros homens ao solo da Lua.

Vídeo

Bibliografia:

Texto por: Mariana Escarpini - 9°AM01
Imagens por: Wayni Bartoli - 9°AM01
Vídeo por: Arthur Bartoli - 9°AM01

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