A Segunda Guerra Mundial desenrolou-se no período de 1939 a 1945. Para
compreender os motivos pelos quais esse conflito foi levado a cabo e de que
forma se tornou tão grandioso, é preciso conhecer seus aspectos principais.
Ao
fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918,
houve uma completa redefinição do mapa geopolítico mundial, a começar pela
ruína de três grandes impérios: o Alemão, o Turco-Otomano e o Russo – esse
último não apenas como consequência da guerra, mas também por causa da Revolução Russa
que ocorreu em 1917. Sabemos que os motivos principais da
Primeira Guerra estavam relacionados com o nacionalismo
e com a busca desses impérios por expansão. Esses motivos também deram o tom da
Segunda Guerra, que, para diversos historiadores, foi, em grande parte, a
continuidade da Primeira.
A Alemanha saiu arruinada da
Primeira Guerra Mundial. O peso das exigências do Tratado de Versalhes, que a
obrigava a pagar indenização aos países vencedores (como a França), ceder
territórios e não se rearmar, fez com que a situação desse país ficasse ainda
mais complexa durante os anos 1920 e 1930. Esse período ficou conhecido, na
história dos alemães, como a República de Weimar.
Mediante essas circunstâncias,
durante essas duas décadas, 1920 e 1930, novos modelos de regimes políticos
ascenderam na Europa. Esses regimes tiveram um caráter absolutamente
autoritário e nacionalista com forte oposição ao modelo político típico do
século XIX, o liberalismo. O fascismo, o nazismo
e, no caso específico da URSS, o stalinismo figuraram entre os principais
representantes desse novo tipo de proposta política, que ficou conhecida como totalitarismo.
As características principais desse tipo de política eram a concentração do
poder na figura do ditador (cuja personalidade era cultuada), a formação de uma
economia de oligopólios, fortemente dirigida pelo Estado, e a formação de uma
sociedade de massas disciplinada e militarizada.
A partir de 1936, com os regimes totalitários já
fortalecidos, começaram a surgir os primeiros traços do que viria a ser a
Segunda Grande Guerra. O auxílio prestado pelos nazistas ao general Francisco Franco
no contexto da Guerra Civil Espanhola demonstrou o
poderio da máquina de guerra alemã. Não demorou muito para que a Alemanha
nazista impusesse seus anseios aos países mais próximos de seu perímetro. De
1937 a 1939, os nazistas passaram a ocupar e a pressionar vários países:
Áustria, Checoslováquia, Polônia, Noruega etc. Mesmo com a tentativa
diplomática da Liga das Nações na época de dissuadir
Hitler de seus empreendimentos autoritários, ele continuou seus planos. A única
resistência que Hitler considerava realmente importante era a da URSS. Por
isso, em 1939, alemães e soviéticos assinaram o Pacto Germano-Soviético de não agressão, que
dava aos nazistas a garantia de que, em um possível conflito da Alemanha contra
Inglaterra ou França, a URSS não interferiria.
As hostilidades começaram na
Europa em 1º de setembro de 1939, quando divisões nazistas entraram no
território polonês. No dia 3, a França e a Inglaterra declararam guerra à
Alemanha.
Utilizando-se de uma
estratégia nova – a blitzkrieg,
“guerra-relâmpago” -, os alemães não tiveram dificuldade em vencer os
poloneses. Ao fim de duas semanas, a Polônia já estava derrotada. Em seguida,
os nazistas caminharam em direção à França, que foi dominada rapidamente. Nesse
meio tempo, caíram em poder dos alemães a Dinamarca, a Bélgica, a Holanda e a
Noruega.
Com
a invasão da Polônia, em 1939, que tinha por objetivo estabelecer uma ligação
direta com a Prússia Oriental, a Alemanha deu o pontapé inicial para a guerra.
Logo invadiu também a Bélgica e a França, que resistiram, mas, tal como a
Polônia, não conseguiram enfrentar por muito tempo o sofisticado exército
alemão. No caso da França, houve ainda a particularidade do governo de Vichy, liderado pelo marechal Petáin, que apoiava os
nazistas. Ainda em 1939 a Inglaterra declarou guerra à Alemanha, e o conflito
tomou rapidamente proporção continental.
Hitler
ao invadir a Polônia, em 1939.
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A
Itália fascista, liderada por Mussolini, apoiou
a Alemanha e entrou na guerra em 1940, com forte atuação no sul da Europa e no
norte da África, onde havia colônias francesas. No extremo oriente, o Japão,
também autoritário e expansionista, aliou-se à Itália e à Alemanha, formando
assim o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Em 1941, o ataque
japonês à base naval norte-americana de Pearl Harbor mudou o cenário na guerra,
projetando-a para todo o globo. O referido ataque japonês foi decisivo para que
os EUA entrassem com seu contingente militar na Europa contra as potências do Eixo Roma-Berlim-Tóquio.
A entrada dos EUA na guerra promoveu a formação das potências aliadas, isto é,
Inglaterra, EUA, a resistência dos países que haviam sido invadidos, como a
França, e outros países que antes não se posicionavam contra a Alemanha nazista,
mas que depois passaram a fazê-lo, como URSS e o Brasil.
Também em 1941, ocorreu aquele que, para muitos
historiadores, foi o grande erro de Hitler: sem que a Inglaterra estivesse
dominada, ele deu ordens para ativar a Operação Barbarrossa,
por meio da qual invadiria a União Soviética. Estava rompido o pacto
estabelecido com Stálin dois anos antes.
Mussolini,
à esquerda, e Hitler, à direita. – Fascismo e Nazismo
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O BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
O Brasil manteve-se neutro até certo ponto,
quando alguns de seus navios começaram a sofrer ataques e o país declarou
guerra à Alemanha no ano de 1942, ajudando os Estados Unidos na libertação da
Itália que se encontrava quase que totalmente nas mãos do exército nazista. O
país enviou cerca de 400 homens de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), 42
pilotos e 25 mil homens da Foça Expedicionária Brasileira (FEB).
DIA D
A principal operação comandada pelas potências aliadas foi
o chamado dia D,
em 6 de junho de 1944, que teve por objetivos: neutralizar o contingente
militar alemão, libertar os países que estavam sob o jugo nazista e capturar
Hitler e a cúpula do partido nazista.
A guerra estendeu-se
no continente europeu e no oceano Pacífico, contra o Japão, até 1945. Boa parte
da cúpula de oficiais nazistas foi capturada, julgada e condenada. Hitler
cometeu suicídio, junto a sua esposa. Mussolini foi fuzilado em praça pública.
Após um longo período de combate entre Eixo e
Aliança, a Segunda Guerra chegou ao fim apenas no ano de 1945 quando Itália e
Alemanha se renderam. O Japão, último país a assinar o tratado de rendição
sofreu um ataque nuclear lançado pelos Estados Unidos onde uma bomba atômica
explodiu na cidade de Hiroshima dizimando um grande número de cidadãos
japoneses inocentes.
O regime nazista foi
responsável pela morte de cerca de 2 milhões de poloneses, 4 milhões de pessoas
com problemas de saúde (deficientes físicos e mentais) e um número exorbitante
de 6 milhões de judeus no massacre que ficou conhecido como Holocausto. Os danos
materiais também foram muitos, a guerra arrasou as nações perdedoras e outras
envolvidas destruindo cidades inteiras e a vida de milhares de cidadãos. O
pagamento de uma indenização para reconstrução das nações derrotadas foi
determinado pelos Aliados assim como uma indenização aos países vitoriosos,
assinada no Tratado de Paz
de Paris.
Ao final da guerra foi criada a
Organização das Nações
Unidas (ONU), que tinha o propósito de manter a paz entre as
nações resolvendo os conflitos de forma pacífica e ajudar as vítimas da Segunda
Guerra.
O HOLOCAUSTO
O Holocausto foi uma prática de perseguição política, étnica, religiosa e sexual estabelecida durante os anos de governo nazista de Adolf Hitler. Segundo a ideologia nazista, a Alemanha deveria superar todos os entraves que impediam a formação de uma nação composta por seres superiores. Segundo essa mesma ideia, o povo legitimamente alemão era descendente dos arianos, um antigo povo que – segundo os etnólogos europeus do século XIX – tinham pele branca e deram origem à civilização europeia.
Dessa
forma, para que a supremacia racial ariana fosse conquistada pelo povo alemão,
o governo de Hitler passou a pregar o ódio contra aqueles que impediam a pureza
racial dentro do território alemão. Segundo o discurso nazista, os maiores
culpados por impedirem esse processo de eugenia étnica eram os ciganos e –
principalmente – os judeus. Com isso, Hitler passou a perseguir e forçar o
isolamento em guetos do povo judeu da Alemanha.
Dado
o início da Segunda Guerra, o governo nazista criou campos de concentração onde
os judeus e ciganos eram forçados a viver e trabalhar. Nos campos, os
concentrados eram obrigados a trabalhar nas indústrias vitais para a sustentação
da Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Além disso, os ocupantes dos campos
viviam em condições insalubres, tinham péssima alimentação, sofriam torturas e
eram utilizados como cobaias em experimentos científicos.
É importante lembrar que outros grupos sociais
também foram perseguidos pelo regime nazista, por isso, foram levados aos
campos de concentração. Os homossexuais, opositores políticos de Hitler,
doentes mentais, pacifistas, eslavos e grupos religiosos, tais como as
Testemunhas de Jeová, também sofreram com os horrores do Holocausto. Dessa
forma, podemos evidenciar que o holocausto estendeu suas forças sobre todos
aqueles grupos étnicos, sociais e religiosos que eram considerados uma ameaça
ao governo de Adolf Hitler.
Com
o fim dos conflitos da 2ª Guerra e a derrota alemã, muitos oficiais do exército
alemão decidiram assassinar os concentrados. Tal medida seria tomada com o
intuito de acobertar todas as atrocidades praticadas nos vários campos de
concentração espalhados pela Europa. Porém, as tropas francesas, britânicas e
norte-americanas conseguiram expor a carnificina promovida pelos nazistas
alemães.
Depois
de renderem os exércitos alemães, seus principais líderes foram julgados por um
tribunal internacional criado na cidade alemã de Nuremberg. Com o fim do
julgamento, muitos deles foram condenados à morte sob a alegação de praticarem
crimes de guerra. Hoje em dia, muitas obras, museus e instituições são mantidos
com o objetivo de lutarem contra a propagação do nazismo ou ódio racial.
Grupo
de judeus no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, usando o famoso " pijama listrado ''.
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CONSEQUÊNCIAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL PARA O MUNDO
A
Segunda Guerra resultou na morte de 45 milhões de pessoas e 35 milhões de feridos.
A maior quantidade de vítimas foi registrada na União Soviética, com 20 milhões
de mortos.
Além
do custo de vidas, o conflito gerou 1 trilhão e 385 milhões de dólares em
perdas monetárias. Do montante, 21% coube aos Estados Unidos, 13% à União Soviética
e 4% ao Japão.
Todos
os 72 países envolvidos acumularam perdas em diferentes proporções. Houve
intensa queda na produção industrial e os investimentos dos governos foram
direcionados para a guerra, em detrimento de outras áreas, gerando intensos problemas
sociais.
O
Japão, que teve as cidades de Hiroshima e Nagazaki destruídas por duas bombas
atômicas lançadas pelos EUA, receberam 2,5 bilhões para a reconstrução.
CURIOSIDADES:
→ Durante o conflito, os EUA investiram US$ 300 bilhões na
guerra, que foram recuperados com o empenho na indústria armamentista, que
cresceu 75%.
→ Se para a maioria dos países houve perda, para os Estados Unidos, a guerra resultou em fortalecimento de sua posição imperialista.
→ A bomba atômica que explodiu
em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 emitiu uma onda de calor 40 vezes mais
quente do que o Sol, matou 80 mil pessoas instantaneamente e destruiu 70% da
cidade. As únicas coisas que se encontravam próximas ao local onde a bomba caiu
e que sobreviveram à explosão foram algumas árvores da família do gingko que
continuam vivas até hoje.
→ A Segunda Guerra Mundial só
terminou oficialmente no dia 2 de setembro de 1945, quando os japoneses se
renderam a bordo do navio USS Missouri. Aliás, de acordo com os historiadores,
o motivo da rendição não foram as bombas de Hiroshima e Nagasaki, mas sim o
iminente risco de o Japão ser invadido pelas tropas soviéticas.
BIBLIOGRAFIAS:
VÍDEO: https://youtu.be/75eeykQFbdU
Texto por: Maria Luiza Cacemiro - 9°AM01
Imagens por: Wayni Bartoli - 9°AM01
Vídeo por: Arthur Bartoli - 9°AM01
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