quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A QUESTÃO INDÍGENA

A Questão Indígena
Introdução
A falta de demarcação das terras indígenas ainda é um grave problema no Brasil.
A Demarcação de Terras
Uma das questões geográficas e históricas mais polêmicas no espaço brasileiro é a dos territórios indígenas. Sabemos que, antes da chegada dos povos europeus no continente sul-americano, existiam milhares de povos indígenas habitando aquilo que é hoje considerado como o território do Brasil. Desse total, existem ainda cerca de 305 etnias atualmente, com cerca de 180 línguas distintas, a maioria delas filiada ao Tupi e ao .
Diante disso, existe uma profunda questão a ser resolvida com esses povos, que é a demarcação das suas terras, ou seja, a delimitação legal das áreas indígenas. A Constituição Federal define as Terras Indígenas como todas as áreas permanentemente habitadas pelos índios, sendo elas utilizadas para suas atividades produtivas e também para a preservação de suas culturas e tradições. Portanto, mais do que simplesmente a área de moradia direta, as terras indígenas devem envolver todo o espaço usado pelos índios para garantir sua sobrevivência, incluindo áreas de caça e extrativismo.
As áreas indígenas do Brasil são de propriedade da União, de forma que os recursos naturais existentes dentro de seus limites são de pertencimento único e exclusivo dos índios que habitam esse território. Além disso, somente com autorização legal da Fundação Nacional do Índio (Funai), é possível chegar a essas áreas não sendo um membro pertencente às etnias indígenas, sendo, vedado, portanto, o acesso irrestrito.
Como ocorre a demarcação de terras no Brasil?
No Brasil existem aproximadamente 544 terras indígenas*, sendo a maior parte localizada na área da Amazônia Legal. Desse total, 426 estão regularizadas, 38 estão delimitadas, 66 estão declaradas e 14 estão homologadas, havendo ainda mais 129 locais em estudo. As fases do processo de demarcação de terras obedecem à seguinte ordem:
1º – São realizados estudos de identificação e delimitação pela FUNAI, envolvendo pesquisas geográficas, antropológicas, territoriais, ambientais e outras;
2º – É feita a delimitação, que é repassada via Diário Oficial para o Ministério da Justiça, responsável pela sua declaração de limites;
3º – Com a autorização, as terras tornam-se declaradas após a realização de novos estudos, de forma que a área torna-se de uso exclusivo dos índios e a demarcação é autorizada. A demarcação física fica a cargo da FUNAI;
4º – É feito um levantamento fundiário pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para avaliar as benfeitorias realizadas pelos proprietários da área que agora pertence aos índios, pois o dono das terras perde a posse, mas recebe uma indenização caso tenha feito algumas dessas benfeitorias no local;
5º – As terras são homologadas pela Presidência da República;
6º – É feita a retirada dos ocupantes não índios da área, com pagamento das eventuais indenizações;
7º – É concluída a regularização e, portanto, a demarcação oficial com registro em cartório em nome da União;
8º – A FUNAI torna-se responsável por interditar a área, a fim de garantir o isolamento e a proteção dos indígenas que ali habitam.
Nem sempre essa sequência acima acontece de forma linear, isto é, contínua. Muitas vezes, são realizados recursos judiciais e disputas por parte dos proprietários, agro negociantes, agricultores e outros com o objetivo de garantir para si o uso daquelas terras. Com isso, mesmo com a demarcação sendo concluída, o trâmite leva muitos anos para concretizar-se, o que faz com que a questão territorial indígena no país torne-se ainda mais dispendiosa para ambos os lados.
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A Educação Indígena
Atualmente, a maioria das comunidades indígenas tem um contato muito próximo com a "civilização", por esse motivo está se tornando mais difícil manter os costumes dos índios e ensinar a sua língua junto com outras matérias. Apesar das escolas indígenas assegurarem um currículo diferenciado, os indígenas estão em constante contato com a língua oficial do país, o que dificulta a preservar da sua língua materna (tupi-guarani).Com essa diversidade linguística, o processo educacional atual visa manter um equilíbrio, para que a língua oficial do país não seja imposta, mas também haja espaço para o ensino da língua indígena, de modo que esta não se perca, daí a importância do professor bilíngue e que seja indígena. Outros aspectos que devem ser assegurados são os processos próprios de aprendizagem, o desenvolvimento de currículos e programas específicos.O papel da educação indígena é reafirmar as identidades étnicas, valorizando suas línguas e ciências e garantindo aos índios e as suas comunidades, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e das demais sociedades seja elas indígenas ou não.Dessa forma, os índios deixam de ser considerados como uma categoria social em processo de extinção e passam a ser respeitados como grupos étnicos diferenciados, com seus costumes, crenças e direitos preservados.

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Ângelo Kretã
Líder eterno
Considerado a maior liderança indígena do Sul do país nos primórdios do movimento, o Cacique Kretã vivia na Aldeia Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná. Por sua liderança incontestável foi eleito em 1976, em plena ditadura, o primeiro vereador indígena pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o que lhe garantiu projeção nacional.Ao defender como parlamentar o que é de direito aos povos originários do Brasil, especialmente a demarcação de terras, Angelo Kretã era uma voz que dava eco a todas as demandas indígenas com carisma e determinação.Sua morte prematura em 1980 num ‘acidente de carro’ numa estrada dentro da aldeia, causou grande comoção nacional. Diante da convicção das lideranças indígenas da época – e até hoje – que não ele foi vítima de uma emboscada, sua memória persiste e inspira novas lideranças na luta pelos direitos dos povos indígenas.
Em 1980, um Globo Repórter Especial foi produzido para retratar a comoção que foi a morte de Angelo Kretã.

Curiosidades:
1-Na época em que os portugueses chegaram ao Brasil, havia no país diversas tribos de índios canibais. Entre elas estavam os tupinambá, os potiguares, os caetés, os aimorés, os goitacás e os tamoios. Eles devoravam seus inimigos por vingança e acreditavam que, comendo seu corpo, adquiriam seu poder.
2-O ritual de “degustação” humana incluía um período de engorda, em que a vítima era bem tratada e alimentada. Antes de sua morte, ela recebia o privilégio de passar uma noite de amor com uma das mulheres da tribo. Depois de morto, o corpo era dividido entre homens e mulheres.
3-Os tamoios, por sua vez, tinham por costume permitir que o preso vingasse sua morte antes da execução. Ele recebia pedras para jogar contra os convidados, que vinham de longe para as festas. O carrasco colocava um manto de penas e matava a vítima com um golpe de borduna na nuca.
4-Amazônia é a última região do planeta onde ainda vivem grupos humanos desconhecidos. Vivem em estágio bastante primitivo, caçando, pescando e, em alguns casos, cultivando pequenas roças. Essas tribos recebem da Funai a vaga denominação de “índios isolados”.
5-Há registros de tribos indígenas ao redor do mundo que tinham o costume de comer carne humana. Mas isso foi há muito tempo.

Feito por: Wayni Bartoli
Bibliografia:
Vídeos:




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